Barómetro do Seguro de Viagem em Portugal 2025: Análise e Estatísticas
O mercado global de seguros de viagem em 2025 vive uma era de forte crescimento, impulsionado pela retoma pós-pandémica e uma maior consciência dos riscos, um cenário onde Portugal se destaca como um mercado com significativo potencial de maturação, apresentando uma taxa de penetração de 33% que, apesar de inferior à de outros países europeus, reflete uma procura crescente, com a contratação a aumentar entre 20 a 25% desde a pandemia e uma rápida digitalização, com 70% das apólices a serem subscritas online.
O mercado de seguros de viagem em 2025: panorama e números-chave em Portugal e no mundo
Taxa de penetração do seguro de viagem: Como se posiciona Portugal no mundo?
A taxa de penetração, que mede a percentagem de viajantes que adquirem um seguro, é um indicador crucial da maturidade do mercado e da consciência de risco dos consumidores. Em Portugal, este valor reflete uma tendência crescente, impulsionada por uma maior perceção dos riscos associados às viagens internacionais após a pandemia. Este indicador não só dimensiona o mercado, como também sinaliza oportunidades de crescimento significativas para as seguradoras.
A taxa de penetração em Portugal está estimada em 33% para 2025, um aumento notável em relação aos níveis pré-pandémicos. Este crescimento demonstra uma mudança fundamental na mentalidade dos viajantes, que agora consideram os riscos de saúde e cancelamento como fatores primordiais no planeamento das suas viagens.
No entanto, o mercado em Portugal ainda se encontra atrás de outras nações europeias, como o Reino Unido, com uma taxa impressionante de 78%, ou a vizinha Espanha, com 24%, que, embora mais baixa, pertence a um mercado de maior dimensão. Esta diferença sugere variações culturais na forma como o risco é percebido e gerido.
Apesar disso, o valor em Portugal posiciona o país num patamar de mercado em desenvolvimento com um forte potencial de expansão. As projeções indicam que a taxa de penetração poderá continuar a crescer, impulsionada pela integração de seguros nas plataformas de reserva de viagens, produtos inovadores de insurtechs e uma perceção de risco consistentemente elevada por parte dos consumidores.
Taxa de Cobertura de Seguro de Viagem em Portugal e no mundo
Impacto da COVID-19 no Mercado de Seguros de Viagem em Portugal
A pandemia de COVID-19 atuou como um catalisador transformador para o mercado de seguros de viagem em Portugal. À medida que o volume de viagens recuperou para 95% dos níveis de 2019 até 2024, verificou-se uma mudança significativa na perceção de risco dos consumidores. A experiência de disrupções generalizadas e preocupações com a saúde impulsionou diretamente um aumento de 20-25% na contratação de seguros entre 2020 e 2025. Esta evolução demonstra uma alteração duradoura no comportamento dos viajantes, que agora consideram o seguro uma componente essencial do planeamento de viagens, em vez de um extra opcional.
Adesão ao seguro de viagem: prémios e formas de subscrição
The average premium paid by a traveler is a key indicator of market dynamics, reflecting travel costs, perceived risks, and insurance companies' pricing strategies. For Portugal, this metric reveals a market characterized by higher-value trips and a demand for comprehensive coverage. Understanding this value is essential for comparison with other mature travel insurance markets globally.
Uma comparação dos prémios médios de seguro de viagem por apólice em mercados-chave em 2025.
Fontes: Forbes Advisor, Statista e relatórios da indústria nacional.
Em 2025, o prémio médio por apólice em Portugal situa-se nos 128 €, posicionando o país no segmento superior quando comparado com outros mercados ocidentais.
Este valor é impulsionado por uma combinação de fatores, incluindo uma preferência notável por destinos de longo curso como os EUA e o Brasil, que exigem apólices com limites de cobertura mais elevados, especialmente para despesas médicas.
O modelo de preços em Portugal, frequentemente calculado numa base diária, resulta num prémio total mais elevado para viagens de maior duração.
Em contraste, mercados como o Reino Unido (44 €) apresentam prémios médios significativamente mais baixos, um reflexo de viagens de curta duração, maioritariamente dentro da Europa, e de um cenário de comparação de preços altamente competitivo.
A forma como os consumidores adquirem seguros de viagem — seja como um complemento integrado na compra de uma viagem ou através de uma subscrição direta — é um indicador fundamental dos seus hábitos de compra e da maturação do mercado. Em Portugal, a tendência favorece claramente a conveniência das ofertas integradas no ponto de venda, refletindo um mercado onde a simplicidade e a facilidade de acesso são cruciais. Esta dinâmica molda as estratégias de parceria entre seguradoras e a indústria de viagens.
Canal de Distribuição | Quota de Mercado em Portugal (2025) |
---|---|
Integrado com Viagens/Voos | 55% |
Subscrição Direta (Seguradora/Corretor) | 45% |
Fonte: Análises de mercado e relatórios do setor.
O panorama da distribuição em Portugal é dominado pelo seguro integrado (*embedded insurance*), com 55 a 60% das apólices a serem vendidas como parte de um pacote de viagem ou na reserva de um voo. Esta elevada percentagem é impulsionada pela integração fluida de ofertas de seguros nos processos de checkout digital das principais Agências de Viagens Online (OTAs), companhias aéreas e operadores turísticos.
Para a maioria dos consumidores portugueses, a conveniência de uma compra "com um clique" supera o processo de procurar ativamente uma apólice independente.
Por outro lado, a quota de 40 a 45% de subscrições diretas representa um segmento de mercado mais informado. Este grupo inclui tipicamente viajantes frequentes ou aqueles com necessidades específicas que utilizam comparadores, recorrem a corretores ou contactam diretamente as seguradoras para encontrar coberturas mais abrangentes ou personalizadas. Esta divisão ilustra um mercado onde a conveniência no ponto de venda impulsiona o volume, enquanto um nicho significativo procura ativamente soluções de seguro à medida.
A importância dos canais digitais reflete a modernização de um mercado e a evolução do comportamento do consumidor. Em Portugal, a transição para o online tem sido notavelmente rápida, transformando a forma como os seguros de viagem são pesquisados, comparados e adquiridos. Este indicador é fundamental para compreender a estratégia de distribuição e o ponto de contacto principal com o viajante português.
- Quota de subscrições online (2025): 70–75%
- Quota de subscrições online (2019): ~50%
- Previsão para 2030: 85–90%
Fonte: Relatórios setoriais e análises de mercado.
O mercado de seguros de viagem em Portugal atingiu um elevado nível de maturidade digital, com cerca de 70 a 75% das apólices a serem subscritas online em 2025. Este valor representa um salto significativo face aos 50% registados em 2019, evidenciando uma aceleração impulsionada pela conveniência e pela mudança de hábitos pós-pandemia.
Esta predominância digital está diretamente ligada à força do canal de vendas integrado (*embedded*), onde 55 a 60% dos seguros são vendidos juntamente com voos e pacotes de férias através de plataformas online.
A tendência é clara: o digital não é apenas um canal, mas o ecossistema principal. A previsão de que esta quota atinja os 90% até 2030 reforça a necessidade de as seguradoras investirem numa experiência de utilizador otimizada, parcerias estratégicas com o setor de viagens e uma forte presença em comparadores para se manterem competitivas.
Sinistros de seguro de viagem em Portugal: frequência, tipos e peso dos cartões de crédito
A análise da frequência e do custo dos sinistros é fundamental para compreender a dinâmica de risco e a rentabilidade do mercado de seguros de viagem. Em Portugal, os dados revelam um claro contraste entre os incidentes mais comuns e os financeiramente mais impactantes, moldando as estratégias de subscrição e gestão de sinistros das seguradoras.
Tipo de Sinistro | Frequência (% por apólice) | Valor Médio do Sinistro (em Portugal) |
---|---|---|
Cancelamento de Viagem | 2,5 – 3,5% | 600 – 1.200 € |
Despesas Médicas | 1,0 – 1,5% | 1.500 – 3.000 € |
Perda/Dano de Bagagem | 1,2 – 1,8% | 300 – 600 € |
Repatriamento | < 0,5% | 5.000 – 15.000 € |
A análise dos sinistros em Portugal revela uma dicotomia clara: o cancelamento de viagem é o sinistro mais frequente, mas as despesas médicas e o repatriamento representam, de longe, o maior risco financeiro.
Embora a perda de bagagem seja relativamente comum, o seu impacto económico é contido.
Em contrapartida, um único sinistro médico grave no estrangeiro, especialmente em destinos como os EUA (o destino mais segurado pelos portugueses), pode custar milhares de euros, superando largamente o valor de dezenas de sinistros de cancelamento.
Esta assimetria de risco é o principal argumento de venda para a cobertura médica e explica a crescente consciencialização dos viajantes portugueses pós-pandemia.
Para as seguradoras, o desafio reside em equilibrar os prémios para cobrir eventos de alta frequência e baixo custo, ao mesmo tempo que se provisionam adequadamente para os eventos raros mas potencialmente catastróficos.
O seguro de viagem associado a cartões de crédito desempenha um papel fundamental no mercado português, funcionando simultaneamente como um canal de distribuição massificado e uma fonte primária de cobertura para muitos viajantes. Analisar a sua quota de mercado em comparação com a sua representatividade nos sinistros oferece uma visão clara sobre o seu verdadeiro impacto e as suas limitações.
Tipo de seguro | Percentagem |
---|---|
seguros de cartão de crédito | 30% |
Apólices independentes | 70% |
Os dados revelam que, em Portugal, os seguros de cartão de crédito representam uma significativa fatia de 30% do mercado em termos de apólices ativas, o que demonstra a sua importância como produto de base.
Contudo, a sua participação nos sinistros, situada entre 25% e 30%, é proporcionalmente igual ou ligeiramente inferior.
Esta ligeira diferença sugere que, embora a cobertura seja generalizada, as suas apólices tendem a ter limites mais baixos, mais exclusões ou são utilizadas para viagens de menor risco em comparação com as apólices independentes.
Muitos consumidores podem não estar plenamente cientes dos detalhes da sua cobertura, recorrendo a apólices autónomas para viagens mais complexas ou de maior valor.
Isto posiciona o seguro via cartão de crédito como uma ferramenta crucial para a penetração de mercado, mas sublinha a importância das apólices independentes para uma proteção mais robusta e completa, que acaba por gerar a maior parte dos sinistros.
Os tipos de seguro de viagem, destinos e perfis preferidos em Portugal
Para decifrar o mercado de seguros de viagem, é essencial compreender as escolhas dos consumidores portugueses. Esta secção analisa os formatos de apólice preferidos, os destinos que mais impulsionam a procura e os perfis de viajantes que mais contratam seguros.
Tipos de coberturas de seguro de viagem subscritas em Portugal
As preferências dos viajantes em Portugal revelam uma abordagem pragmática e focada nos riscos mais impactantes. A análise das coberturas subscritas demonstra uma clara priorização da proteção contra despesas médicas e imprevistos que levem ao cancelamento da viagem, refletindo as principais preocupações do consumidor.
Tipo de Cobertura | Detalhes em Portugal (2025) |
---|---|
Despesas Médicas | Limites: 30.000 € – 100.000 €; Franquias: 50 € – 150 € |
Cancelamento de Viagem | Montante máximo: 1.500 € – 3.000 € por pessoa |
Bagagem | Limites: 1.000 € – 2.000 €; Exclusões comuns: eletrónicos, dinheiro |
Outras Coberturas | Responsabilidade Civil: >100.000 €; Assistência 24/7; Atraso de Voo: 100 € – 300 €; Teleconsulta: incluída em 10-15% das apólices |
A estrutura das apólices em Portugal demonstra uma forte orientação para a proteção contra eventos de alto custo.
Os limites para despesas médicas, embora adequados para viagens na Europa, podem ser insuficientes para destinos como os EUA — o mais procurado pelos portugueses — onde os custos de saúde são exponencialmente mais elevados.
A cobertura de cancelamento, com limites até 3.000 €, responde eficazmente às necessidades da maioria das viagens de lazer.
As coberturas de bagagem e responsabilidade civil alinham-se com os padrões do setor, com exclusões típicas para itens de valor.
A inclusão de teleconsulta em 10-15% das apólices assinala uma tendência emergente para serviços de conveniência digital, embora a sua adoção ainda seja moderada, indicando uma oportunidade de crescimento para as seguradoras que apostem na inovação.
Quais são os tipos de seguro de viagem preferidos em Portugal?
As escolhas dos viajantes em Portugal refletem uma abordagem pragmática e orientada para a conveniência na compra de seguros de viagem. O formato da apólice é selecionado com base na frequência das viagens e no nível de proteção desejado, com uma clara preferência por soluções simples e de compra única.
Tipo de Seguro | Quota de Mercado em Portugal (%) |
---|---|
Apólice de Viagem Única | 50% |
Seguro de Cartão de Crédito | 30% |
Apólice Anual Multiviagem | 20% |
A liderança destacada da apólice de viagem única, com 50% do mercado em Portugal, revela um comportamento de compra focado em viagens ocasionais, como as férias anuais.
Este formato é o preferido pela sua simplicidade e custo direto associado a uma viagem específica.
Com uma quota de 30%, o seguro de cartão de crédito surge como uma alternativa de grande conveniência, funcionando como uma cobertura "automática" para muitos titulares de cartões premium, embora frequentemente com limites mais baixos.
A apólice anual multiviagem, com 20%, é a escolha de um nicho mais pequeno, mas importante, de viajantes frequentes, como executivos ou entusiastas de viagens, que valorizam a poupança e a conveniência de uma cobertura contínua.
Esta distribuição demonstra um mercado ainda em maturação, onde a compra por necessidade imediata prevalece sobre a planificação a longo prazo.
Quais são os perfis mais cobertos pelo seguro de viagem em Portugal?
A procura de seguros de viagem em Portugal é impulsionada por perfis de viajantes bem definidos, cujas necessidades e perceções de risco variam significativamente. Compreender estes segmentos é fundamental para decifrar as principais alavancas de crescimento e as oportunidades de produto no mercado português.
Perfil do Viajante | Quota de Viajantes com Seguro em Portugal (2025) |
---|---|
Famílias com crianças | 25% |
Viajantes frequentes (negócios) | 20% |
Seniores (65+) | 15% |
*Fonte: Análise da indústria e dados de seguradoras, 2025.*
A análise dos perfis de viajantes em Portugal revela uma segmentação clara, liderada pelas famílias com crianças, que representam 25% do mercado.
Este grupo demonstra uma maior aversão ao risco, priorizando a proteção do investimento financeiro das férias e a garantia de acesso a cuidados de saúde para os mais novos.
Logo a seguir, com 20%, encontram-se os viajantes frequentes, tipicamente em contexto de negócios, que privilegiam a conveniência e a relação custo-benefício das apólices anuais.
Os seniores, com 15%, constituem um segmento estratégico, caracterizado por uma elevada consciência da necessidade de coberturas médicas robustas, sendo um dos grupos mais propensos a contratar seguros de forma proativa.
Juntos, estes três grupos formam o núcleo da procura no mercado nacional.
Quais são as coberturas de seguro de viagem mais subscritas em Portugal?
A escolha do destino é um fator decisivo para os viajantes de Portugal na hora de subscrever um seguro de viagem. A análise revela que a perceção de risco, especialmente relacionada com os custos de saúde e a distância, impulsiona a procura por coberturas em destinos específicos fora do espaço europeu.
Os destinos mais segurados pelos viajantes que partem de Portugal em 2025 são:
- Estados Unidos: 28% das apólices, motivado principalmente pelos custos extremamente elevados do sistema de saúde norte-americano.
- Brasil: 15% das apólices, refletindo os fortes laços culturais e o elevado volume de viagens familiares e de turismo.
- Reino Unido: 12% das apólices, um destino popular para turismo e negócios, onde a cobertura médica continua a ser uma prioridade após o Brexit.
- Fonte: Dados de seguradoras e agregadores de mercado, 2025.
A liderança destacada dos Estados Unidos (28%) como o destino mais segurado em Portugal confirma que o principal motor para a compra de um seguro de viagem é a proteção contra despesas médicas elevadas.
O Brasil, em segundo lugar com 15%, demonstra a importância das viagens de longo curso para visitar familiares e amigos, onde o seguro garante tranquilidade em caso de imprevistos.
A terceira posição do Reino Unido (12%) sublinha uma maior consciencialização dos viajantes portugueses sobre a necessidade de cobertura médica fora da União Europeia, mesmo em destinos geograficamente próximos.
Este padrão evidencia que a procura de seguros em Portugal está diretamente correlacionada com a complexidade e o risco percebido da viagem, priorizando destinos intercontinentais ou com sistemas de saúde dispendiosos.
Qual é o valor médio dos sinistros do seguro de viagem em Portugal?
A análise dos valores médios dos sinistros em Portugal revela a importância financeira de cada tipo de cobertura. Estes dados demonstram onde reside o maior risco económico para os viajantes e justificam a estrutura e o valor das apólices de seguro de viagem.
Tipo de Sinistro | Valor Médio do Sinistro em Portugal (2025) |
---|---|
Repatriamento | 5.000 – 15.000 € |
Despesas Médicas | 1.500 – 3.000 € |
Cancelamento de Viagem | 600 – 1.200 € |
Bagagem | 300 – 600 € |
*Fonte: Médias da indústria europeia, alinhadas com o mercado português, 2025.*
Os dados expõem uma clara distinção entre sinistros de alta frequência e baixo custo, como bagagem (300–600 €), e eventos de baixa frequência mas com impacto financeiro potencialmente devastador.
As despesas médicas (1.500–3.000 €) já representam um custo significativo, mas é o repatriamento (até 15.000 €) que constitui o risco mais elevado, podendo facilmente exceder o custo total da viagem.
Esta hierarquia de custos justifica por que razão as coberturas médicas e de assistência são o pilar central das apólices de seguro de viagem em Portugal.
A proteção oferecida vai muito além do reembolso de uma mala perdida, focando-se em mitigar perdas financeiras catastróficas que a maioria dos viajantes não conseguiria suportar.
A escolha dos destinos para os quais os viajantes portugueses adquirem um seguro de viagem revela a sua perceção de risco e as suas prioridades de proteção. A análise destes dados mostra uma clara preferência por cobertura em viagens de longo curso, onde os custos médicos e as incertezas logísticas são mais elevados.
Em 2025, os destinos mais segurados a partir de Portugal são:
- Estados Unidos: 28% das apólices
- Brasil: 15% das apólices
- Reino Unido: 12% das apólices
Fonte: Relatórios da indústria seguradora, 2025.
Os Estados Unidos (28%) lideram de forma destacada, o que se explica diretamente pelos custos de saúde extremamente elevados no país, tornando o seguro uma necessidade e não uma opção.
O Brasil (15%), um destino popular devido aos laços culturais e linguísticos, surge em segundo lugar; a perceção de risco associada a despesas médicas inesperadas e a necessidade de assistência em viagens transatlânticas impulsionam a procura.
A presença do Reino Unido (12%) no top 3 reflete as mudanças pós-Brexit, que tornaram o seguro de saúde privado mais relevante para os viajantes de Portugal, que já não contam com a mesma cobertura médica europeia de antes.
Estes números demonstram que a decisão de comprar um seguro em Portugal é largamente motivada pela proteção contra despesas médicas avultadas em destinos-chave.
A estrutura do seguro de viagem: Ofertas, preços e fragmentação do mercado
Panorama do lado da oferta
O panorama do lado da oferta no mercado de seguros de viagem em Portugal revela uma estrutura competitiva moldada por intervenientes estabelecidos, inovações de produtos e uma forte integração com o ecossistema de viagens. Analisar quem são os líderes, que produtos oferecem e como a tecnologia está a transformar a distribuição é fundamental para compreender a dinâmica do mercado.
O mercado de seguros de viagem em Portugal é liderado por uma combinação de campeões nacionais e gigantes globais, que definem as tendências em produtos e distribuição.
Classificação | Seguradora | Quota de Mercado Estimada (%) | Posicionamento / Estratégia |
---|---|---|---|
1 | Fidelidade | 28% | Líder nacional com uma oferta multirriscos abrangente e uma forte presença digital. |
2 | Allianz | 18% | Ator global focado em planos internacionais e coberturas médicas robustas. |
3 | Tranquilidade | 14% | Forte em pacotes agregados, com foco em famílias e soluções de seguros gerais. |
4 | Zurich | 10% | Posicionamento premium, visando viagens de negócios e coberturas de alto valor. |
5 | Generali | 8% | Foco na flexibilidade e em canais de distribuição digitais e bancários. |
- Fonte: Estimativas do setor para 2025.
A liderança da Fidelidade demonstra a força de uma marca nacional, enquanto a presença de pesos-pesados como a Allianz, Zurich e Generali indica a importância estratégica do mercado português. Estes intervenientes competem não apenas no preço, mas também na amplitude das coberturas, na qualidade da assistência e na capacidade de se integrarem com parceiros de viagem, moldando um mercado maduro e competitivo.
O mercado em Portugal apresenta uma estrutura de concorrência definida, onde um pequeno grupo de seguradoras domina a maior parte do negócio.
O mercado é moderadamente concentrado.
• Número de seguradoras ativas: Aproximadamente 15 a 20 intervenientes.
• Concentração de mercado: As 5 principais seguradoras detêm cerca de 78% da quota de mercado.
• Tendências: Embora dominado por grandes empresas, o mercado assiste à entrada de intervenientes digitais e insurtechs que desafiam o status quo, principalmente através de canais de nicho e parcerias. Não se registaram fusões ou saídas significativas recentemente.
Com quase 80% do mercado nas mãos de apenas cinco empresas, a concorrência para novos entrantes é intensa. A lealdade à marca e as extensas redes de distribuição dos líderes estabelecem barreiras à entrada significativas. No entanto, a inovação digital e os modelos de negócio focados em nichos (como os nómadas digitais) criam oportunidades para que novos intervenientes possam conquistar uma posição, promovendo a inovação em todo o setor.
As seguradoras em Portugal oferecem uma gama de produtos concebida para satisfazer as diversas necessidades dos viajantes, desde coberturas básicas a pacotes internacionais completos.
• Pacotes médicos simples: Focados em despesas médicas de emergência, com limites de cobertura que variam normalmente entre 30.000 € (o mínimo para o visto Schengen) e 100.000 €. São a opção mais económica, ideal para viagens curtas na Europa.
• Apólices multirriscos: O produto mais popular, que combina cobertura médica com cancelamento de viagem (limites até 3.000 €), proteção de bagagem (até 2.000 €), responsabilidade civil e assistência em viagem.
• Planos internacionais premium: Destinados a viagens de longo curso (especialmente para os EUA) ou a viajantes de negócios, oferecem limites de cobertura médica muito mais elevados (acima de 100.000 €), serviços de assistência VIP e coberturas adicionais como "cancelamento por qualquer motivo".
Esta estrutura de oferta segmentada permite que as seguradoras em Portugal se dirijam a diferentes perfis de clientes de forma eficaz. A clareza entre os pacotes básicos e os premium ajuda os consumidores a alinhar o custo com o nível de risco percebido. A crescente popularidade dos pacotes multirriscos reflete uma maior consciencialização dos viajantes para os riscos não médicos, como cancelamentos e perda de bagagem, uma tendência reforçada após a pandemia.
O panorama insurtech em Portugal, embora ainda emergente, está a introduzir modelos de negócio inovadores focados na experiência do cliente e na distribuição integrada.
A presença de insurtechs especializadas em viagens ainda é limitada, mas alguns intervenientes notáveis incluem:
• Coverflex e Lovys: Embora não sejam exclusivamente de viagens, estas plataformas oferecem soluções de seguros integradas e flexíveis, muitas vezes em modelos B2C ou B2B2C, que podem incluir seguros de viagem como parte de um pacote de benefícios ou subscrição.
• Ângulo de inovação: O seu foco principal é a experiência digital, a flexibilidade (apólices mensais ou "on-demand"), a integração via APIs e a simplificação do processo de subscrição e participação de sinistros.
Apesar de não existirem ainda grandes nomes insurtech focados exclusivamente em viagens em Portugal, como se vê noutros mercados europeus, a tendência é clara. A inovação vem de empresas de tecnologia que integram os seguros nas suas ofertas. O seu papel é mais o de facilitadores e parceiros tecnológicos do que o de concorrentes diretos dos líderes de mercado, impulsionando a indústria a adotar processos mais ágeis e centrados no cliente.
Os modelos de preços em Portugal combinam abordagens tradicionais com uma evolução gradual para métodos mais personalizados, impulsionada pela digitalização.
O mercado opera com um modelo híbrido:
• Preços fixos (Flat fees): O modelo dominante, onde o prémio é calculado com base em escalões predefinidos de duração da viagem, destino (ex: Europa, Mundial Excluindo EUA/Canadá, Mundial) e idade do viajante. É simples e transparente para o consumidor.
• Preços dinâmicos: Estão a ganhar terreno, especialmente nos canais online e através de parceiros de viagem. Este modelo utiliza mais variáveis em tempo real para calcular o risco, permitindo preços mais personalizados. A sua adoção está a ser impulsionada pelas capacidades tecnológicas das insurtechs e das principais seguradoras.
A prevalência dos preços fixos reflete a maturidade do mercado e a simplicidade preferida pelos canais de distribuição tradicionais. No entanto, a transição para preços dinâmicos é uma evolução natural e inevitável. À medida que a recolha e análise de dados se tornam mais sofisticadas, as seguradoras poderão oferecer prémios mais competitivos e ajustados ao risco individual, representando uma oportunidade significativa para ganhar quota de mercado.
A integração com intermediários de viagem é o principal motor de vendas de seguros de viagem em Portugal, destacando a importância das parcerias estratégicas.
A integração é profunda e generalizada:
• Quota de vendas integradas: Cerca de 55-60% de todas as apólices em Portugal são vendidas como um extra durante o processo de reserva de voos, hotéis ou pacotes de férias.
• Modelo de parceria: As seguradoras estabelecem parcerias de "white-label" com companhias aéreas, agências de viagens online (OTAs) e operadores turísticos, integrando a sua oferta de seguros diretamente no fluxo de compra do cliente. Isto torna a compra conveniente e aumenta as taxas de conversão.
Esta elevada taxa de integração demonstra que o modelo B2B2C é o canal de distribuição mais eficaz em Portugal. Para as seguradoras, ter parcerias sólidas com os principais nomes do setor das viagens é mais crucial do que investir em marketing direto ao consumidor. Esta estratégia de "embedded insurance" (seguro integrado) captura o cliente no momento exato da necessidade, tornando-se o campo de batalha competitivo mais importante do mercado.
O ecossistema de distribuição digital em Portugal está a evoluir, com um foco crescente em integrações via API em vez de plataformas de comparação tradicionais.
As principais ferramentas e plataformas incluem:
• Plataformas de comparação: Embora existam comparadores de seguros gerais, não desempenham um papel tão dominante no setor das viagens como noutros países europeus. Os consumidores tendem a comprar seguros diretamente dos fornecedores ou através de parceiros de viagem.
• APIs e soluções de "white-label": Esta é a tecnologia dominante. As seguradoras fornecem APIs aos seus parceiros (OTAs, companhias aéreas), permitindo uma integração perfeita das suas ofertas. Esta abordagem B2B é a espinha dorsal da distribuição digital.
• Soluções fintech/traveltech integradas: Bancos digitais e super-apps de viagens estão a emergir como um novo canal, integrando ofertas de seguros de viagem nas suas contas premium ou plataformas, simplificando ainda mais a experiência do cliente.
A dinâmica de mercado em Portugal favorece claramente as soluções tecnológicas que permitem uma distribuição integrada e invisível. Em vez de obrigar os consumidores a procurar e comparar ativamente, a indústria está a levar o produto ao ponto de venda. O futuro da distribuição reside menos nos websites de comparação e mais na sofisticação das APIs e na força das parcerias estratégicas com o ecossistema digital de viagens e finanças.
Metodologia e Fontes
Metodologia do Barómetro Global de Seguros de Viagem 2025
O Barómetro Global de Seguros de Viagem 2025 é o resultado de um processo de investigação abrangente e multifacetado, concebido para fornecer uma análise fiável, transparente e comparável do panorama dos seguros de viagem nos principais mercados globais. Esta metodologia descreve o âmbito, as técnicas de recolha e processamento de dados e as medidas de validação utilizadas para garantir a credibilidade e a exatidão das conclusões apresentadas.
1. Âmbito geográfico Este estudo abrange 35 países, selecionados para fornecer uma visão representativa do mercado global de seguros de viagem. Os critérios de seleção incluíram a dimensão do mercado, a relevância regional, os diferentes níveis de maturidade do mercado e a disponibilidade de dados fiáveis. Os países incluídos são: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Espanha, Estados Unidos, Filipinas, Finlândia, França, Hong Kong, Índia, Indonésia, Irlanda, Itália, Japão, Luxemburgo, Malásia, Marrocos, México, Nova Zelândia, Países Baixos, Portugal, Reino Unido, República Checa, Singapura, Suécia, Suíça e Tailândia.
2. Horizonte temporal O principal ano de referência para todos os indicadores-chave neste barómetro é 2025. Para fornecer contexto e identificar tendências, foram incluídos dados históricos de 2015 a 2025, sempre que disponíveis. Além disso, são fornecidas previsões prospetivas que se estendem até 2030 para oferecer perspetivas sobre a dinâmica futura do mercado. Deve notar-se que, para certos indicadores, os dados públicos mais recentes podem datar de 2023 ou 2024. Nesses casos, estes valores foram utilizados como base para projeções estatísticas e modelação para gerar estimativas precisas para 2025.
3. Fontes utilizadas Este barómetro baseia-se numa estratégia de recolha de dados de múltiplas fontes, priorizando informações oficiais, públicas e validadas de forma cruzada para garantir o mais alto grau de fiabilidade. As estimativas são utilizadas apenas quando os dados diretos não estão disponíveis e são explicitamente rotuladas como tal. As principais categorias de fontes incluem:
- Agências de Estatística Nacionais e Internacionais: Dados macroeconómicos e de viagens de organizações como a OCDE, o Banco Mundial, a Organização Mundial do Turismo da ONU (OMT) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
- Associações Setoriais e Reguladores de Seguros: Dados específicos do mercado, relatórios e estatísticas de organismos de seguros nacionais e regionais. As fontes-chave incluem a Associação Portuguesa de Seguradores (APS), France Assureurs, Ifop, a Associação de Seguradoras Britânicas (ABI), a Associação Alemã de Seguros (GDV), a Associazione Nazionale fra le Imprese Assicuratrici (ANIA), a UNESPA, a Associação Suíça de Seguros, a U.S. Travel Insurance Association (UStiA), a Superintendência de Seguros Privados (Susep), a Associação Canadiana de Seguros de Vida e Saúde (CLHIA), a Insurance Ireland, a Insurance Sweden, o Conselho de Seguros da Nova Zelândia, a Autoridade de Seguros de Hong Kong, a Autoridade Reguladora e de Desenvolvimento de Seguros da Índia (IRDAI), a Associação Mexicana de Instituições de Seguros (AMIS), a Autoridade de Controlo de Seguros e Previdência Social (ACAPS), a Autoridade Monetária de Singapura (MAS), a Associação de Seguros do Vietname, a Associação de Seguros da África do Sul (SAIA) e outras federações nacionais (2023).
- Relatórios de Investigação de Mercado e Consultoria: Análises aprofundadas de empresas especializadas como a IBISWorld, Finaccord, Mordor Intelligence e Grand View Research.
- Divulgações Financeiras Públicas: Relatórios anuais, apresentações a investidores e registos regulatórios de seguradoras e resseguradoras cotadas em bolsa.
- Plataformas Digitais e Estudos de Insurtech: Dados e insights de grandes Agências de Viagens Online (OTAs), plataformas de comparação como a Squaremouth e insurtechs especializadas como a Cover Genius.
- Inquéritos ao Consumidor e Meios de Comunicação de Renome: Conclusões de estudos sobre o comportamento do consumidor e relatórios dos principais meios de comunicação financeiros e específicos do setor.
4. Modelação de dados e estimativas Para garantir a consistência e a comparabilidade entre os 35 mercados, foi implementada uma abordagem padronizada de processamento de dados. Quando os dados diretos para um indicador específico não estavam disponíveis, especialmente para métricas como quota de mercado ou frequências de sinistros em determinados países, as estimativas foram derivadas utilizando técnicas de modelação estabelecidas. Por exemplo, quando faltavam números diretos para Portugal, foram utilizadas médias regionais ou extrapolações baseadas na sua dimensão de mercado e nas taxas de penetração de seguros conhecidas para criar uma estimativa fiável. Os dados de sinistros foram frequentemente calculados como média ao longo de vários anos para mitigar o impacto da volatilidade anual. Todos os valores financeiros, como prémios e prémios brutos emitidos (GWP), foram convertidos para uma moeda comum (USD ou EUR) utilizando as taxas de câmbio de referência do Fundo Monetário Internacional para 2025. As projeções para 2030 foram calculadas com base em pressupostos da Taxa de Crescimento Anual Composta (CAGR) derivados do crescimento histórico, da dinâmica atual do mercado e do consenso dos analistas.
5. Âmbito dos indicadores O barómetro está estruturado para fornecer uma visão holística de cada mercado, analisando tanto os indicadores do lado da oferta como do lado da procura. A análise do lado da oferta abrange o panorama competitivo, as principais seguradoras, as ofertas de produtos, a estrutura do mercado e as inovações tecnológicas. A análise do lado da procura foca-se no comportamento do consumidor, nas taxas de penetração, nos padrões de sinistros e na adoção de canais digitais. Cada secção foi concebida para permitir a comparação direta entre países, preservando cuidadosamente as especificidades locais únicas de cada mercado, incluindo o seu ambiente legal, formatos de produtos típicos e hábitos culturais. Esta abordagem dupla garante que o barómetro sirva tanto como um benchmark global como um guia prático para as nuances dos mercados nacionais individuais.
A HelloSafe é uma fintech internacional de referência na comparação inteligente de produtos financeiros, presente em mais de 35 países nos 5 continentes. Graças à sua tecnologia proprietária de cálculo e matching em tempo real, a HelloSafe repensa o acesso à informação financeira tornando-o mais transparente, rápido e personalizado. A nossa plataforma oferece mais de 500 ferramentas gratuitas: comparadores de alto desempenho, simuladores e calculadoras, permitindo a cada utilizador – sem registo e em poucos segundos – encontrar a melhor oferta para o seu perfil pelo melhor preço. Para além da tecnologia, a HelloSafe afirma‑se também como um importante ator editorial, produzindo conteúdos de alto valor: estudos de mercado exclusivos, guias práticos, comparativos de especialistas e barómetros internacionais, todos regularmente atualizados e com fontes. A nossa missão é clara: devolver poder aos consumidores na gestão do seu dinheiro, fornecendo-lhes ferramentas de decisão fiáveis, imparciais e concebidas com exigência.
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