Portugueses gastam cerca de 40% do salário com alimentação
Há mais de um ano que a inflação tem sido uma das principais preocupações das famílias portuguesas, sobretudo quando se trata de alimentos. Nesta análise, examinamos os dados mais recentes sobre as taxas de inflação alimentar nos países europeus, com especial enfoque em Portugal e nos produtos que mais aumentaram de preço nos últimos 12 meses.
- Inflação alimentar anual atinge 22% em Portugal e país tem o 12º mais alto índice de aumento da Europa
- Viana do Castelo é o concelho onde mais se gasta com alimentação
- Preço do açúcar aumentou 63% em doze meses em Portugal
Inflação alimentar anual atinge 22% em Portugal
Embora a inflação alimentar não esteja a poupar nenhum país na Europa, existem ainda grandes disparidades entre países. Com uma taxa anual de inflação alimentar de 22% em Fevereiro de 2023, Portugal está acima da média europeia de 19,1% e numa situação pior do que países como a Espanha, Itália e França. Segundo os dados apresentados pelo Eurostat, entre os trinta países com dados reportados, Portugal tem a 12ª maior inflação alimentar.
No entanto, o país contrasta com a Hungria, que tem a taxa anual de inflação alimentar mais elevada da Europa em Fevereiro de 2023 (47%). Esta taxa é mais de duas vezes superior à de Portugal. A Suíça, por outro lado, tem a mais baixa taxa de inflação alimentar: 6,6% em comparação com Fevereiro de 2022.
Fonte: Eurostat
Viana do Castelo é o concelho onde as pessoas gastam mais em alimentação
Quando olhamos para os dados disponíveis a nível local, vemos que a inflação alimentar não atinge todos por igual. Analisámos as despesas mensais com alimentação (supermercados e restaurantes) em todas as cidades portuguesas onde os dados estão disponíveis na plataforma Numbeo.
Actualmente, as famílias portuguesas gastam cerca de 39,9% do seu orçamento mensal em alimentação (26,9% em supermercados e 13% em restaurantes). Das treze cidades para as quais existem dados disponíveis, os habitantes de Cascais tendem a gastar uma proporção menor do seu orçamento familiar em alimentação, cerca de 35,80%. Lisboa vem a seguir, com 37,30% das despesas. Observa-se uma tendência oposta no que diz respeito ao preço da habitação. Nas cidades onde os custos da habitação são mais elevados, as despesas com alimentação são mais baixas.
Os concelhos de Aveiro (43,2%), Ponta Delgada (43,3%) e Viana do Castelo (43,7%) encontram-se na situação oposta de Cascais e Lisboa. Viana do Castelo tem o índice mais elevado de despesas alimentares do país, onde as despesas de supermercado representam 32,4% do orçamento familiar mensal e os restaurantes 11,3%.
Fonte: Numbeo
Preço do açúcar aumenta 63% em doze meses em Portugal
O aumento dos preços dos alimentos está a ter um impacto significativo na vida dos consumidores portugueses. Alguns alimentos básicos têm registado um crescimento impressionante nos últimos 12 meses. O açúcar foi o pior destes com um aumento de 63,1%, seguido pelo azeite (55,8%), leite inteiro (48,3%) e ovos (41%).
Comparámos o aumento que estes quatro alimentos registaram nos últimos quatro anos e pode ver-se no gráfico abaixo a inflação acumulada em doze meses desde 2020.
Fonte: Eurostat
A lista abaixo mostra os 10 alimentos com a maior inflação anual em Fevereiro de 2023. A lista inclui produtos básicos como ovos, açúcar, leite e vegetais e produtos ainda muito utilizados em Portugal como o azeite de oliva.
Produto | Taxa anual de inflação | |
---|---|---|
1- | Açúcar | 63,1 |
2- | Azeite | 55,8 |
3- | Leite inteiro | 48,5 |
4- | Ovos | 41,0 |
5- | Batatas | 40,8 |
6- | Óleo | 35,0 |
7- | Vegetais | 33,2 |
8- | Manteiga | 29,2 |
9- | Laticínios | 29,0 |
10- | Queijos e derivados | 27,0 |
Metodologia
Para este estudo, baseamo-nos em informações publicadas pelo Eurostat sobre as taxas de inflação alimentar nos países europeus. Nos países onde a informação não estava disponível, recorremos aos dados da Tranding Economics.
As despesas alimentares mensais foram obtidas no site Numbeo. Todas as cidades portuguesas com dados disponíveis foram incluídas no estudo. As outras não apresentam estatísticas suficientes para a medição da despesa alimentar. Para classificar este item, consideramos as despesas em supermercados e restaurantes, somando-as para obter as despesas totais com alimentação.
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Alexandre Desoutter
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