O Futuro das Criptomoedas em Portugal: Regulação, Tributação e Desafios

Nos últimos anos, Portugal tem se destacado como um país acolhedor para o universo das criptomoedas, oferecendo um ambiente regulatório favorável e benefícios fiscais atrativos. No entanto, recentes desenvolvimentos indicam uma mudança nesse cenário, com autoridades e instituições financeiras adotando uma postura mais cautelosa em relação aos ativos digitais.
Licenciamento e Supervisão de Atividades Cripto
Em abril de 2022, a Bison Bank tornou-se a primeira instituição bancária em Portugal a obter uma licença para operar no mercado de criptomoedas. Com a aprovação do Banco de Portugal, a Bison Digital, uma divisão da Bison Bank, passou a oferecer serviços de corretagem e custódia de criptoativos, direcionados principalmente a clientes de elevado património e investidores institucionais. Esta iniciativa marcou um passo significativo na integração dos serviços financeiros tradicionais com o mercado de criptomoedas no país.
Encerramento de Contas Bancárias de Empresas Cripto
Apesar do avanço no licenciamento, algumas instituições bancárias portuguesas adotaram medidas mais restritivas em relação às empresas de criptomoedas. Em junho de 2023, bancos como o Banco Comercial Português (BCP) e o Banco Santander encerraram contas de várias exchanges de criptomoedas registradas, incluindo a Criptoloja e a Mind The Coin. As instituições financeiras justificaram essas ações com base em políticas de gestão de risco, refletindo uma postura mais conservadora diante das incertezas associadas ao mercado cripto.
Suspensão das Atividades da Worldcoin
Em março de 2024, as autoridades portuguesas suspenderam as operações da Worldcoin no país. Este projeto, conhecido por utilizar a biometria ocular para verificar a identidade dos usuários em troca de criptomoedas, levantou preocupações significativas relacionadas à privacidade e proteção de dados. A suspensão, inicialmente prevista para 90 dias, afetou mais de 300.000 portugueses que já haviam participado do projeto, destacando a necessidade de um equilíbrio entre inovação tecnológica e salvaguardas éticas e legais.
Implementação da Regulamentação Europeia MiCA
A partir de 1º de janeiro de 2025, Portugal implementou o regulamento europeu MiCA (Markets in Crypto-Assets), estabelecendo um quadro uniforme para a supervisão dos mercados de criptoativos na União Europeia. As principais medidas incluem a proteção dos fundos dos clientes, supervisão reforçada das entidades operacionais e mecanismos de proteção em casos de insolvência. Embora os NFTs (tokens não fungíveis) estejam atualmente excluídos deste regulamento, a adoção do MiCA reflete o compromisso de Portugal em alinhar-se com os padrões europeus de proteção ao investidor e integridade do mercado.
Evolução da Tributação de Criptoativos
Historicamente, Portugal era visto como um paraíso fiscal para investidores em criptomoedas, devido à ausência de impostos sobre ganhos de capital relacionados a esses ativos. Contudo, desde 2023, o país ajustou sua legislação fiscal, introduzindo impostos sobre ganhos de curto prazo e rendimentos passivos de criptoativos. Por exemplo, ganhos de capitais de ativos detidos por menos de um ano são agora tributados a uma taxa fixa de 28%, enquanto rendimentos passivos, como juros, também estão sujeitos à mesma taxa. Investidores que mantêm seus ativos por mais de um ano continuam a beneficiar-se de isenção fiscal, salvo exceções específicas.
Conclusão
O panorama das criptomoedas em Portugal está em constante evolução, com autoridades e instituições financeiras buscando equilibrar a promoção da inovação tecnológica e a proteção dos investidores. A implementação de regulamentos como o MiCA e ajustes na política fiscal refletem uma abordagem mais cautelosa e alinhada com os padrões internacionais. Para investidores e empresas, é essencial manter-se informado sobre essas mudanças para navegar eficazmente no dinâmico ecossistema cripto português.
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